LÚPUS

lupus

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Medicina Tradicional Chinesa!

O Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) é uma doença auto-imune caracterizada pela produção de anticorpos contra componentes do próprio organismo, que resulta em inflamação crónica no tecido conjuntivo e consequente lesão de diversos órgãos.1,2,4

medicina tradicional chinesa

Estima-se que cerca de 10 mil portugueses sofrem com esta patologia. Tem maior prevalência no sexo feminino e manifesta-se tipicamente em idade reprodutiva, podendo também surgir em crianças ou idosos. O seu carácter sistémico torna a evolução clínica e sintomatologia muito variáveis e difíceis de prever. Fadiga, dor e rigidez articular, fotossensibilidade e lesões cutâneas são alguns dos sintomas mais comuns. Patologias renais, hematológicas, cardiovasculares, respiratórias e neuropsiquiátricas associam-se frequentemente ao curso da doença, reduzindo significativamente a qualidade de vida dos seus portadores. 1,2,4

Tanto a etiologia como a cura continuam uma incógnita para a Medicina Alopática e a terapêutica farmacológica utilizada representa severos efeitos secundários. Num estudo, de carater científico, com pesquisa bibliográfica abordou-se “O efeito da acupuntura como terapia complementar na redução da fadiga e da dor articular”. Este estudo teve como objetivo avaliar a segurança e a eficácia de um tratamento de acupuntura na redução da fadiga e da dor articular em doentes com Lúpus Eritematoso (LE) e incidiu sobre um grupo de mulheres com LE que ficaram sujeitas a um protocolo acupuntural. A terapêutica farmacológica habitual foi mantida ao longo do estudo. Paralelamente, foi realizado um estudo com uma mostra composta por um grupo de mulheres que não receberam acupuntura.
Como resultados não se verificaram efeitos secundários relativamente ao tratamento de acupuntura aplicado. Obteve-se uma melhoria média de 1,83/10 na dor articular e de 1,95/10 na fadiga do GI. Estes resultados sugerem benefício deste tratamento acupuntural na redução da fadiga e da dor articular em doentes com LE, todavia a realização de estudos científicos de maior escala e duração é necessária para confirmar estes indícios.

Diversos estudos realizados neste âmbito sustentam a segurança do tratamento de acupuntura em doentes com LES, reforçando a importância da investigação nesta área para que se possam retirar conclusões mais sustentadas. 1,3,4
Um estudo retrospectivo publicado em 2016 demonstrou que os pacientes que incluíram a MTC no tratamento do LES apresentaram um risco de morte significativamente diminuído quando comparado com o dos pacientes que optaram apenas pelo tratamento convencional. O mesmo estudo revelou que a MTC, quando realizada um ano antes do diagnóstico de LES, também reduziu o risco de morte nesses pacientes e que esta apresentou um efeito protector semelhante em vários subgrupos de comorbidades.2

Um estudo-de-caso realizado na Índia revelou eficácia da acupuntura e da massagem na redução da dor e na melhoria da qualidade do sono e de vida de uma paciente com LES.3

Wanzhu Hou, autor do livro “Treating Autoimmune Disease with Chinese Medicine”, acredita que a origem das doenças auto-imunes está na perda do mecanismo de auto tolerância imunitária, isto é, na incapacidade do organismo em distinguir as suas próprias células das células que lhe são estranhas. Este defende a inserção da MTC no tratamento do LES, pois esta permite mediar o desequilíbrio imunitário através da eliminação da inflamação sem que os sistemas do organismo sejam danificados. Wanzhu identifica a insuficiência congénita de Jing (essência) como causa primordial da etiologia do LES.4

Na MTC, o Jing pode ser comparado a um “ADN energético”, uma substância insubstituível responsável pelo crescimento, desenvolvimento e reprodução do indivíduo. Armazena-se no Rim e produz a medula que, por sua vez, se diferencia em medula óssea (a partir da qual se formam os constituintes do sangue, incluindo os anticorpos) e em medula espinal e cérebro. O facto de muitos aspectos clínicos do LES poderem facilmente ser explicados pela síndrome de Debilidade de Jing do Rim (desregulação imunitária, alterações hematológicas, fadiga, problemas renais e reprodutivos, debilidade óssea, patologias neuropsiquiátricas como ansiedade e depressão, entre outras) sustenta a credibilidade desta etiologia e coloca a MTC um passo à frente, pois conhecendo a raiz de um problema é mais fácil tratá-lo.

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Além disso, os vários ramos da MTC podem ser aplicados consoante as diferentes necessidades clínicas do paciente, como por exemplo, acupuntura para equilibrar as funções fisiológicas e acalmar a mente, Tui Na para as dores articulares e musculares, nutrição chinesa para regular o Qi (energia) e Chi Kung para fortalecer a forma física.

Bibliografia recomendada
  1. Greco CM, Kao AH, Maksimowicz-McKinnon K, Glick RM, Houze M, Sereika SM, Balk J, Manzi S. “Acupuncture for systemic lupus erythematosus: a pilot RCT feasibility and safety study”; National Institute of Health, 2008.
  2. Ma YC, Lin CC, Li CI, Chiang JH, Li TC, Lin JG. “Traditional Chinese medicine therapy improves the survival of systemic lupus erythematosus patients”; Semin Arthritis Rheum., 2016 Apr;45(5):596-603.
  3. A. Mooventhan, L. Nivethitha. Effects of acupuncture and massage on pain, quality of sleep and health related quality of life in patient with systemic lupus erythematosus”; Journal of Ayurveda and Integrative Medicine, 2014 Jul-Sep; 5(3): 186–189.
  4. Wanzhu Hou, Guangpi Xu, Hanjie Wang. “Treating Autoimmune Disease with Chinese Medicine”; Elsevier Limited, 2011.

Este trabalho é da responsabilidade de Madalena Barbosa diplomada em Medicina Tradicional Chinesa pelo Instituto Português de Naturologia. Investigadora na área do Lúpus Eritematoso.